O mercado financeiro está sendo atingido por uma onda de incertezas e desconfiança que tem como causador os Estados Unidos, como resultado das novas tarifas impostas pelo atual presidente, Donald Trump. O movimento do republicano, conhecido como “tarifaço”, tem alterações frequentes, com aumento de taxas já existentes e criação de novas tarifas, afetando diretamente o comércio internacional, a economia e pressionando cadeias produtivas globais.
Com a reeleição de Donald Trump em 2025, seu governo intensificou a adoção de medidas protecionistas, tem como uma de suas principais pautas uma reorganização econômica baseada no protecionismo de seu país. Segundo o próprio presidente, os Estados Unidos vêm sofrendo há décadas com tarifas elevadas e barreiras comerciais injustas impostas por outros países.
E por isso ele entra como presidente com o objetivo de transformar os EUA em um novo polo industrial, concentrando a produção em território nacional, criando empregos para os americanos e reduzindo a dependência externa, especialmente da China.
A busca por novas soluções:
As medidas adotadas por Trump causam tensões e intensificam a chamada guerra comercial ao redor de todo o mundo. O foco principal é a China, país que construiu sua força econômica ao longo dos anos, atraindo fábricas estrangeiras, investindo na qualificação da mão de obra e mantendo tarifas competitivas para produtores de todos os portes. Hoje, a China é reconhecida como a “fábrica do mundo” e tem seu maior foco no setor de tecnologia.
Um exemplo é a Apple, gigante que se faz presente em todo o mundo, mas que consolidou sua produção na China, especialmente em cidades como Zhengzhou, apelidada de “Cidade do iPhone” por abrigar linhas de montagem do aparelho. Diante do cenário atual, empresas buscam diversificar seus locais de produção.
A Apple, por exemplo, já começou a fabricar peças em países como Índia e Vietnã, mas os Estados Unidos seguem fora da lista. Isso acontece pela escassez de mão de obra qualificada, custos operacionais elevados e à falta de uma cadeia produtiva estruturada no país para absorver essa demanda.
O resultado das alterações promovidas por Trump são tarifas que, em alguns casos, chegam a 125%, provocando instabilidade nos mercados globais, volatilidade no setor financeiro e aumento nos preços de diversos produtos, inclusive para os próprios consumidores americanos.
As empresas que buscam alternativas para escapar das tarifas, que sofrem alterações diárias, passaram a antecipar o envio de milhões de produtos aos Estados Unidos. É o caso, mais uma vez, da Apple, que despachou mais de 1 milhão de unidades do iPhone para o país com o objetivo de garantir a tarifa vigente no momento e evitar custos adicionais no futuro. E ela não é a única a adotar esse tipo de estratégia.
As consequências do tarifaço:
No Brasil, os impactos também são sentidos. Como exportador de produtos industrializados, o país tem setores como fabricantes de aviões sendo afetados. A Embraer, por exemplo, que antes exportava aviões e peças com isenção ou taxas reduzidas, agora enfrenta novas barreiras tarifárias impostas pelo governo americano.
Já para o comércio exterior, que se vê diretamente impactado pelas medidas adotadas por Trump, encontram como consequências as alterações do fluxo tradicional de importações e exportações. Tarifas elevadas e mudanças repentinas nas regras comerciais geram insegurança jurídica, dificultando o planejamento logístico e aumentando os valores financeiro das operações internacionais.
Empresas exportadoras e importadoras passam a lidar com um cenário imprevisível, onde o custo final de uma transação pode variar significativamente em poucos dias. A solução é a busca de diversificar suas parcerias comerciais, fortalecer acordos regionais e criar mecanismos que reduzam a dependência dos grandes mercados, sobretudo dos Estados Unidos e da China, buscando garantir estabilidade e competitividade no cenário global.
Apesar disso, há reflexos positivos no cenário internacional, como retorno das soluções que países como Japão buscam. O agravamento das tensões comerciais tem incentivado a aproximação entre países e o surgimento de novos acordos bilaterais e regionais. O objetivo global passa a ser a redução da dependência dos Estados Unidos e a manutenção da fluidez do comércio internacional, evitando um colapso econômico mundial.
