No primeiro semestre de 2024, o mercado esteve em alerta para o aumento do frete marítimo, e como a alta no preço dos contêineres impactou os processos logísticos de diferentes empresas. E agora, o aumento do frete aéreo entra em pauta. Neste cenário, o e-commerce têm influenciado o setor, bem como aspectos que condizem com o cenário do marítimo.
De acordo com matéria da Forbes de maio deste ano, algumas gigantes do comércio eletrônico estão mudando o contexto global. O veículo cita a SHEIN e a Temu, dois grandes nomes do varejo atual, como influenciadores para o aumento do frete aéreo. Isso se deve pelo fato de que, devido à quantidade de cargas que as duas lojas enviam juntas, há a superlotação do setor de carga aérea. Assim, os exportadores passam a enfrentar um disparo no valor dos envios por avião.
A matéria da Forbes menciona que este envio diário da SHEIN e da Temu chega à marca de nove mil toneladas. A ocupação dessas mercadorias nas aeronaves, em larga escala, elevou as taxas de frete; e segundo o site InvestNews, em notícia veiculada no The Wall Street Journal, o preço da carga aérea pesada saindo da China subiu cerca de 40%, em comparação a 2023. Os períodos comparados são os de baixa temporada, que antecedem as compras de final de ano, como a Black Friday.
Ainda na matéria do Wall Street Journal, representantes da DHL Global Forwarding dizem que o comércio eletrônico na China, por exemplo, também entra na conta, somado aos perecíveis, roupas e artigos domésticos. Neste aspecto, cerca de 30% do espaços de cargas de algumas rotas aéreas asiáticas são ocupados por este mercado.
Demanda pelo frete aéreo aumentam as taxas médias
Apesar de ser mais caro que o envio pelo mar, a rapidez do aéreo tem crescido em demanda. Nos quatro primeiros meses de 2024, a demanda global por frete aéreo cresceu 12,7%. Em dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo, a região Ásia-Pacífico foi a de maior aumento: 14% em abril deste ano, em comparação aos 7,8% de capacidade de carga. E em junho, a taxa média para o envio de mercadorias via modal aéreo, saindo da China, foi de US$ 5,27 por quilo, o dobro do registrado em 2019.
Outras rotas de exportação estão sendo afetadas também. A Temu já iniciou a operacionalizar seus envios em rotas marítimas, e no aéreo, os trajetos para Taiwan, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos são as de maior volume.
Ou seja, com a existência dos desafios que catapultaram os preços do frete marítimo — como o adiantamento de cargas para Black Friday, os conflitos no Mar Vermelho e o nearshoring —, o modal aéreo esteve em alta como uma alterativa, e agora encarece pela demanda. O grupo WorldACD, sediado nos Países Baixos e que coleta dados da indústria do frete aéreo, disse ao Wall Street Journal que “o tráfego pesado dos portos” e a “diminuição da capacidade” em alguns mercados levaram os exportadores a optarem pelos transportes aéreos no lugar dos navios.
Leia também no nosso blog — DTA-S: Habilitação torna o Libra Express ainda mais “express”
A mudança do frete aéreo expressa nos principais aeroportos do Brasil
No que tange os aeroportos brasileiros, o aumento do frete aéreo constitui certa influência nas importações feitas no último ano. No Aeroporto Internacional de Viracopos, por exemplo, o valor movimentado de cargas entre agosto/23 e julho/2024 cresceu em 37%, mas seu peso movimentado em toneladas representou um aumento de 12%. Desse modo, percebe-se que VCP pode ter recebido uma quantidade cargas com maior valor agregado nos últimos 12 meses. Confira o gráfico:
Por outro lado, o Aeroporto Internacional de Guarulhos movimentou um peso maior com menor valor agregado no mesmo período analisado. Este fato pode ser uma consequência de um volume de importação maior, só que mais barato, desencadeando uma ocupação maior dos espaços nos aviões importadores — o que remete numa escalada do frete no aeroporto em específico. Veja:
Como as empresas podem se prevenir diante deste cenário?
Conforme já mencionamos em nosso texto sobre o frete marítimo, há formas de os importadores protegerem o atendimento de suas demandas com a escalada do frete aéreo. Com isto, citamos as seguinte soluções que cabem neste cenário de preocupação internacional:
1) Antecipar pedidos de produtos importados, mesmo que não haja demanda para os mesmos neste momento, para evitar a falta de contêineres e de janelas para as cargas nas rotas aéreas;
2) Utilizar um recinto alfandegado de zona secundária, como a Libraport, para o armazenamento destas mercadorias, cujos embarques foram antecipados. Isso garantirá o atendimento das demandas locais do segundo semestre (Black Friday, Natal, etc.), além do cliente poder usufruir das nossas diversas soluções competitivas; e
3) Aplicar regimes aduaneiros especiais que poderão ajudar o importador a não penalizar o seu fluxo de caixa, com especial atenção ao Regime Especial de Entreposto Aduaneiro. Este permite o armazenamento de mercadorias importadas (com ou sem cobertura cambial) por um período de 01 ano com suspensão dos tributos incidentes na importação.
Para saber mais, entre em contato ainda hoje! Para isso, acesse a página de atendimento do nosso blog, e aproveite para conhecer nossas redes sociais.